“Nutrição fetal e a qualidade do bezerro produzido” é o tema da palestra do gerente Global de Tecnologia de Bovinos de Corte da Cargill, Pedro Veiga, que será apresentada no 28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores da ANCP, no dia 16 de agosto, em Uberaba (MG).

Termo relativamente novo na pecuária, “nutrição fetal” é, basicamente, o estudo dos impactos da nutrição da vaca de cria durante a gestação e seus impactos na vida do bezerro. O tema tem recebido bastante atenção nos últimos anos e vários trabalhos científicos têm sido realizados sobre o tema em todo o mundo.

Segundo Veiga, a qualidade do bezerro é definida quando ele ainda está dentro do útero da vaca, ou seja, na fase intrauterina, que definirá o destino produtivo do bezerro ao longo da recria e engorda.

Diversos trabalhos científicos têm demonstrado que bezerros filhos de vacas mais bem nutridas na gestação são mais pesados à desmama e ao abate, produzindo carne de melhor qualidade, além de carcaças mais pesadas. Isso acontece porque as vacas que emprenham no início da estação de monta passam grande parte da gestação em melhores condições nutricionais em relação às vacas que emprenham mais no final da estação de monta.

Sabe-se que os músculos são formados durante o primeiro e, principalmente, o segundo trimestre da gestação. “Entre o 2º e o 7º mês da gestação, caso a vaca passe por algum insulto nessa fase, seja ele nutricional, ambiental (estresse calórico por exemplo) ou sanitário, a formação muscular do feto pode ser comprometida, afetando a capacidade de crescimento pós-natal do bezerro”, explica o especialista.

Por isso, a nutrição adequada das vacas ao longo de todo o ano, principalmente na seca, e o uso de biotécnicas reprodutivas como a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) são tecnologias que propiciam concentrar prenhezes do cedo e obter bezerros que serão mais pesados à desmama e terão maior capacidade de crescimento ao longo da recria e engorda, tornando o sistema de produção mais eficiente e lucrativo.