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Workshop promovido pela ANCP, USP e Nelore Jandaia apresentou pesquisa sobre precocidade sexual


O 1º Workshop sobre Precocidade Sexual, promovido pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), em parceria com a USP-SP e a Nelore Jandaia, reuniu cerca de 150 participantes, entre criadores, técnicos de centrais e estudantes no restaurante Cupim Grill, em Uberaba (MG), no dia 9 de fevereiro.

O evento contou com palestras apresentadas por grandes nomes do agronegócio nacional, discussões em plenário e visita a um rebanho experimental.

Após a abertura oficial, conduzida por Divino Humberto Guimarães, da ABCZ, Raysildo Lôbo, Presidente da ANCP, apresentou painel com o tema “Desmistificando a Precocidade Sexual: Genética x Nutrição”, como moderador. Na sequência, Prof. Pietro Baruselli, da Universidade de São Paulo (USP–SP), Dra. Letícia Castro, da ANCP, e William Koury Filho, da BrasilcomZ, ministraram palestras referentes ao tema do encontro.

Responsável pelo projeto, Baruselli explica que o princípio da pesquisa é compreender quais são os fatores que interferem na puberdade, na idade à primeira concepção e na idade ao primeiro parto de novilhas de rebanho de corte Nelore. O objetivo é tentar melhorar o índice que ainda preocupa a pecuária: a idade na qual a fêmea começa a produzir o seu primeiro bezerro.

Segundo ele, as estatísticas mostram que, na média brasileira, uma fêmea de corte traz o primeiro parto em torno de quatro anos. “Por isso, estamos desenvolvendo pesquisas para fazer com que a vaca se torne gestante com um ano e traga o seu primeiro bezerro com dois anos e não mais quatro anos de idade, como acontece até então. Isso tem um impacto enorme na pecuária e pode aumentar a produtividade em até 30% por hectare”, destaca Baruselli.

O projeto, já em andamento, selecionou fêmeas do plantel Nelore Jandaia, um rebanho que tem todos os controles genéticos e produtivos, com vários anos de seleção de avaliação genética. “Elas foram divididas em dois lotes, cuja nutrição e toda a reprodução são controladas, inclusive a qualidade do óvulo liberado de acordo com as variáveis analisadas. Também serão produzidos embriões desses animais e estudadas a qualidade do óvulo conforme genética precoce e genética não tão precoce, nutrição elevada e nutrição a pasto”, ressalta o pesquisador.

Para o Prof. Raysildo, o projeto responde a uma questão que é discutida desde a década de 1970: animais a pasto e confinados dão uma boa resposta? Através das análises, a pesquisa procura elucidar essa interação genótipo x ambiente, comparando, principalmente, em dois níveis de manejo: animais que vão receber uma complementação para ganhar mais de 1 kg por dia e os que vão permanecer a pasto. A partir daí, serão medidas as características da parte reprodutiva, capacidade oocitária e taxa de prenhez.

“Como o Brasil é um país muito grande, nós precisamos identificar esses animais que dão respostas aos sistemas de produção e também dentro da condição de ambiente. Neste workshop, tivemos os subsídios para saber, ao término do projeto, quais impactos e procedimentos deverão ser usados nas avaliações genômicas”, explica.

Para William Koury, da seleção Nelore Jandaia, a ideia do projeto é ajudar o produtor a disseminar a genética no gado comercial. Para isso, o pecuarista apresenta a sua máxima: “o reprodutor deve ser identificado no mesmo sistema de produção que a sua progênie vai ser criada”.

Na avaliação do melhorista, o evento foi um sucesso, não só de público, mas também de conteúdo. “Tenho certeza que atendeu às expectativas de todos os participantes. As palestras foram muito interessantes, abordando temas ligados ao melhoramento genético, que é o caminho mais curto para o pecuarista aumentar a sua rentabilidade”, ressalta.

As pesquisas continuam e dentro em breve as três instituições revelarão os resultados aos produtores de Nelore de todo o Brasil.

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